domingo, 11 de maio de 2008

Escondendo o ouro

No Ecotox, somente um poster falava de vermelho neutro (e muitos continham micronúcleo e ensaio cometa); o pôster da Iara, capixaba gente finíssima. Enquanto aguardava ser avaliada, conversamos muito sobre nossos trabalhos, que, apesar de abordagem diferente, empregava o mesmo corante, VN. E também trabalhava com hemolinfa, mas de perna perna.
Expliquei sobre minhas dificuldades em distingüir céls estressadas e não estressadas (coradas e não coradas) e lhe perguntei como ela fazia na sua metodologia. Eis que ela me fala que não conta cél por cél, mas analisa a lâmina por inteiro, e classifica a lâmina em +; +/- e -. E usa as características (são 7) indicadas por De Pledge (um dos co-autores de alguns trabalhos do Lowe) e que NÃO ESTÃO PUBLICADAS EM ARTIGO ALGUM. E que ela teve acesso porque a orientadora (acho) fez um curso (caríssimo) com esse pesquisador, e é neste curso que ele discorre sobre tais características.
Então me pergunto: por que ele não publicou? por que esconder o "pulo do gato?" Poxa, isso é uma técnica, uma metodologia, e como tal deveria ser (bem) descrita, pois é uma ferramenta que poderia ser usada por outros pesquisadores. E será que os autores dos diversos artigos que já li contendo em seus materiais e métodos "Lowe e al" estão cientes destas tais características?
Apesar de pouco ter aproveitado das palestras, só este conhecimento fez valer o congresso inteiro. Mais um (excelente) contato. E o melhor, aqui pertinho no ES. Acho que vou aproveitar as promoções da Gol e fazer uma visitinha rsrsrsrrs

X Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia - Bento Gonçalves, RS

Entre os dias 30 de maio e 3 de junho ocorreu o X Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia, do qual participei apresentando pôster. Fomos eu e Ju, para Bento Gonçalves.

30/04/08 – quarta-feira:
Nosso vôo (pela Ocean Air) não atrasou, chegamos por volta das 19:30 no aeroporto de Porto Alegre e nosso transfer até Bento saiu pontualmente às 21h. Chegamos em Bento às 22:40, e infelizmente perdemos a abertura oficial e o coquetel. Fomos para hotel.

(em off): Muito, muito, muito frio. Sorte que havia aquecedor no quarto e nós, cariocas, desconfiadas em ligar o artefato, pedimos ajuda ao recepcionista que fez uma coisa muito difícil: ligou o aparelho na tomada e os dois botões

01/05/08 – quinta-feira
A Ju acordou cedo para ir ao mini-curso. Mais tarde levantei para ir ao Hotel Dall´Onder retirar meu material, mas lá descobri que deveria fazer isso no centro de convenções. A recepcionista do Hotel me deu um mapa da região e me explicou como chegar nos lugares básicos (shopping, rodoviária, centro de convenções). Esperei a Ju sair do mini-curso, almoçamos num shopping (fomos andando até lá), voltamos ao nosso hotel (andando também) para pegarmos meu pôster. O ônibus que levava ao fundaparque (o centro de convenções) fez a gentileza de nos esperarmos enquanto saíamos correndo para pegar o pôster.
A mesa redonda 1 (Qualidade e confiabilidade analítica em análises ambientais) , de início, não animou muito, mas o Alexandre Arenzon (UFRGS) expôs alguns pontos interessantes sobre determinadas variáveis que podem interferir nas análises de animais usados em experimentos exotoxicológicos).
A exposição dos pôsteres foi após o coffee break Na hora da avaliação, fiquei anciosa, claro, e como sempre acho que falei correndo demais. Expliquei minhas linhas de pesquisa – efeitos dos metais e caracterização do hemócitos por MET – o porquê de ter obtido resultados inversos do esperado.
Como fui uma das primeiras a ser avaliada, dei uma olhada nos pôsteres que me chamaram a atenção no livro de resumos. Somente UM,UNZINHO, tinha vermelho neutro – a da Iara, mestranda, UFES. Ficamos batendo um bom papo e descobri coisas interessantes...
A palestra 2 (Great ideas in ecological risk assessment), em inglês, foi interessante, mas pouco me lembro porque não entendi muito bem, logo não consegui anotar nada.

(em off): o pavilhão é tipo o riocentro. Deu a impressão que fazia mais frio lá dentro do que do lado de fora. Estava começando a choviscar quando fomos embora. Tínhamos um convite ($6) para a “festa da salmonella” num bar perto do Dall´Onder. Pelo nome e pelo frio, decidimos não ir. Rsrsrs

02/05/08 – sexta-feira

Pela manhã havia diferentes atividades, e optamos por assistir ao workshop, que a partir das 10h foi sobre biomarcadores morfológicos e genéticos (Ciro Ribeiro, UFPR) e após biomarcadores bioquímicos e fisiológicos (Montserrat, FURG; Adalto Bianchini, FURG e Helena Cristina da Silva de Assis, UFPR). Ao final, perguntei para o Ciro sugestões de como proceder na caracterização dos meus hemócitos, já que não há literatura disponível. Ele sugeriu que eu começasse como referências céls de vertebrados, que já estão bem descritas.
De tarde, fomos à Farroupilha, uma cidade vizinha que vende roupas mais em conta que em Bento. Precisávamos ir lá comprar roupas, porque o perrengue tava grande. Comprei um bom casaco, a um bom preço (apesar de ter descoberto um rasgo, mas nada que não possa ser costurado) e a Ju também comprou. Teríamos assistido à ultima palestra às 18:30 se o ônibus de volta pra Bento não tivesse atrasado quase 30 min.

(em off): Voltamos da rodoviária para o hotel à pé, na chuva. Pedimos um crepe para jantarmos (8,90) mas pagamos “quinze com vinte” (15,20) – a diferença cobria a taxa de entrega e as embalagens! Deu vontade de ir lá e devolvê-las...

03/05/08 – sábado

Atividades somente após o almoço. Agora bem aquecidas com nossos novos casacos, passamos no shopping Bento Gonçalves para tirar dinheiro e comprar coisinhas para comer. Para ir ao fundaparque, pegamos o ônibus municipal (que demorou bastante) e nos deixou bastante longe do fundaparque. Sob chuva e forte vento, chegamos encharcadas no pavilhão. Assistimos o finalzinho da mesa-redonda. Na hora do pôster, momento em que visitaria os trabalhos que marquei no livro de resumos, surpresa: muitos dos pôsteres, incluindo os do meu interesse, não estavam mais lá, provavelmente porque seus donos regressariam no sábado mesmo. Uma pena. Meu pôster não foi pré-selecionado.
Papeando com um grupo de paulistas, descobrimos que a última palestra do congresso, marcada para às 19:15h, fora adiantada (e lá fomos nós assistir ao finalzinho).

(Em off): Jantar de confraternização – muito bom gastronomicamente, mas muito ruim musicalmente. Só um cara no violão e outro nos atabaques. Música de barzinho deprê. Poucos na pista dançando (só coroas). Animou um pouquinho depois que Iara e eu pedimos um samba rs mas não foi o suficiente, e fomos embora.
Conclusão geral: Em relação às palestras, havia pouca coisa ligada diretamente ao meu trabalho; o local não era de fácil acesso, ficamos meio dependentes de táxi, mas dividíamos com as gurias que tb estavam hospedadas no mesmo hotel, pois não dá pra andar a pé na chuva e no vento; foi bom para fazer contatos "quentes".