sexta-feira, 14 de março de 2008

"O" artigo



Algumas semanas atrás fui no MET da uerj com a Silvana e a Cíntia para finalmente ver nosso material – os meus hemócitos da C. rhizophorae e os hemócitos da ascídia da Cíntia.
Quando os chefes me disseram que eu teria que fazer ME, e ainda por cima de transmissão, quase chorei, pq o-di-a-va essa metodologia (trauma de biogeral), que pra mim nada mais era um monte de borrão (ô despeito...). mas confesso: quando vi minhas imagens, quase chorei, sim, mas de emoção, porque eram L-I-N-D-A-S. Td bem que ñ entendia patavinas (só sabia diferenciar o núcleo do citoplasma), mas isso é questão de olho, de prática.








Muito bem, então a Cíntia me pediu pra procurar artigos que falavam de MET de hemócitos. Pensei “ah, deve ter de montes, especialmente de C. virginica e C. gigas, mesmo gênero que a minha rhizophorae, pois lá na Europa eles estudam bastante essas duas, e Mytilus edulis também, pois lá eles cultivam para consumo, estudam parasitas, efeitos de metais pesados e outras substâncias, expressão gênica etc etc.” qual não foi minha surpresa, ao procurar no web of science e no science direct, apareceram pouquíssimos artigos. Tentei várias palavras-chave, TEM (a tonta tinha tentado MET – Microscopia Eletrônica de Transmissão, em português, achou nadinha, só o particípio do verbo meet – met rs. O certo é Transmission Electron Microscopy, TEM), haemolymph, haemocytes, crassostrea, bivalves, todas estas palavras combinadas entre si. Nada significativo.




Até que... a Ju, minha grande amiga do lab, que divide comigo o aconchegante cafofo da 32 no underground do fundão... me passa o artigo mágico e salvador:







Sim, Saccostrea glomerata (abaixo), uma ostra que tem só lá na Austrália. Provavelmente não deve ser mais relacionada com a C. rhizophorae que as espécies do mesmo gênero, mas já é um começo (fico devendo para próximos posts uma pesquisa filogenética de ostras, pois acho interessantíssimo levar isso em conta em se tratando de comparar hemócitos, algo que até hj ñ vi em nenhum artigo. Que achas, Mauro e Sil? No início da facul ñ gostava, ou melhor, não entendia muito sobre, mas agora...hehe). E o trabalho é bom, eles fazem muitas coisas que vou explicar melhor no próximo post (estou preparando uma resenha do artigo). Até estava comentando com o Pablito, que o trabalho não é conclusivo, mas abre uma gama de possibilidades e boas idéias. E ele é novíssimo, saiu no início do ano passado.


E é claro, malandramente, até antes mesmo de destrinchar o artigo, corri lá para as referências atrás de outros artigos. Uns muito interessantes. Mas o que falava de caracterização de hemócitos de C. virginica, advinha: ñ tá disponível na web, e a revista tem só lá no Museu Nacional...Já acionei os meus contatos de lá pra ñ ter que me despencar até São Cristóvão. Sempre quando o artigo é aquele que queremos, aquele que vai clarear as idéias, propor uma nova metodologia que dará certo...ele não está disponível :(

Enfim, se não surgir nenhum outro artigo “bombástico”, será este que irei apresentar no meu seminário.





4 comentários:

Anônimo disse...

Agora assim, achei o link de comentários ;)

É a Lei de Murphy. Quanto maior for a sua necessidade de ler um artigo, maior a probabilidade de ele não estar disponível... :P

Me avisa quando for o seminário.

Bjs

Mauro Rebelo disse...

Lia, o texto está muito, muito bom. Na semana que vem começa uma disciplina da PG sobre microscopia eletrônica. Conversa coma Silvana e vê o que ela acha de você fazer. Posso tentar mexer uns pauzinhos pra te colocar no curso (apesar de você não estar ainda na PG). Beijo, M

Unknown disse...

Lia,
Incrível o que me obrigam os alunos!!! Agora, não bastasse ter que dar aulas, corrigir provas, escrever artigos, participar de bancas, revisar trabalhos para revistas científicas, orientar alunos de IC, Mestrado e Doutorado, sim, ir à manicure de vez em quando, pintar os cabelos, lembrar que os filhos tb têm problemas, claro, do marido (inclusive ter que ir às festas do pessoal dele - e do meu), tomar meu whisky, meu vinho, minha cerveja, que não sou de ferro, tenho que ler teu blog!!!! Gostei muito do que vc escreveu sobre o TEM. Realmente a estrutura de células e tecidos é fascinante!!! Bemvinda ao time dos apaixonados por estrutura! Você chegou a ver aquela lista de artigos que te mandei? Acho que lá vc vai achar coisas úteis. A gente conversa pessoalmente, pois agora vou voltar a revisar uma tese... Sim, se o MAuro conseguir te encaixar no curso de ME da Biofísica, ótimo, senão vc faz com a Ana mais tarde. Os princípios vc está aprendendo. Beijos, Sil

Anônimo disse...

hum, apaixonado ñ é pra tanto...hehehe digamos que estou...flertando...rs