Assim como o Rupert Lee diferenciou “descoberta” de “invenção” em seu livro, farei o mesmo aqui. Este post poderia ser uma continuação do “Quem descobriu?”, mas o que será discutido não será uma descoberta propriamente dita, mas sim uma inventividade.
E o que é uma cultura de tecidos? Simples. A unidade fundamental da vida é a célula. E as células podem formar estruturas altamente organizadas chamadas de tecidos, onde pode prevalecer um tipo celular predominante, como no tecido muscular (e este é dividido em três subtipos, de acordo como o modo que as células se organizam) ou vários tipos celulares, como no tecido sanguíneo, composto por hemácias, linfócitos, monócitos, etc. A cultura de tecidos consiste em obter as células do tecido e mantê-las em um ambiente para que cresçam e proliferem – apesar de nem todos os tipos celulares proliferarem em cultura. A princípio, isto poderia ser feito com células de qualquer tipo de tecido: embrionário, vegetal, nervoso, muscular. Porém como nada é fácil nesta vida de ciência, há muitas dificuldades, principalmente em manter as células vivas e saudáveis.
Ross Harisson
Mas alguém deu o pontapé inicial. E ele se chama Ross Granville Harisson, que em 1907 publicou um trabalho curto, com o objetivo de responder como as fibras nervosas se formavam. Então ele retirou fragmentos de tubo neural de embriões de sapos em lamínulas estéreis. Encobriu os fragmentos de tecido em uma gota de linfa fresca de sapo e emborcou a lamínula com o tecido em uma lâmina que é muito utilizada por microbiologistas para acompanhamento de culturas de bactérias (veja o esquema retirado do site da Corning). Assim, ele pôde acompanhar o desenvolvimento das fibras nervosas do sapo a partir das células que ele explantou.
Um comentário:
interessante !
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