sábado, 24 de outubro de 2009
Se pudesse trocar, qual seria seu novo nome?
Você gosta do seu nome? Eu não curto muito o meu (Eliane). Acho incomum, que as pessoas não memorizam facilmente. Por isso que, no fim do ensino médio, escolhi um apelido, que na faculdade pegou muito bem: Lia. Tirando as piadinhas de um certo professor da faculdade sobre o pretérito imperfeito do indicativo do verbo ler, eu gosto muito do meu novo nome. Curto, sons simples, fácil de memorizar. Por se também um nome real, as pessoas acabam achando que este é o nome que consta no RG. Em certas ocasiões, minha apresentação costuma ser um pouco longa: "Oi, meu nome é Eliane, mas todo mundo me chama de Lia".
O raciocínio de que existe um "bom" nome, um nome ideal para coisas e pessoas é óbvio. Se o nome for simples, ou que contenha algum tipo de sonoridade, até mesmo alguma rima, ele pega. Acho que o pessoal que trabalha com marketing sabe muito melhor que nós a força que os nomes têm. E artistas em geral (atores, cantores, pintores, etc), que têm a opção de se rebatizar diante da população, como devem sofrer para escolher (ou manter o nome da certidão)! Afinal, alguém conhece um tal de José Eugênio Soares? Não? Ele é gordinho, de cabelos brancos, óculos quadrados, que tem um programa de entrevistas de madrugada e que fala: "Um beijo do gordo?" Descobriu? Além de programas de tv, filmes, tudo isso tem a força do nome atrelado, que deveria dar uma dica (ou não) do que se trata. Um bom nome, que cause simpatia ou desperte curiosidade, já ganha 20% do público, independente de a atração ser boa ou não. Quantas vezes não dizemos "ih, o nome do filme era tão sem graça, mas foi um filmaço!" (não entraremos no mérito de discutir as traduções e versões para português de títulos americanos, que acho super sem-graça).
Na web, nos deparamos com as mesmas indecisões dos roteristas e cineastas quanto à questão do nome. Quando criei o blog, batizei-o de "Observar, descrever e analisar" para nortear o meu objetivo de ter um espaço para escrever e discutir planejamento e resultados de experimentos, revisar literaturas e relacioná-las com as problemáticas de bancada, busca por soluções. Enfim, fazer ciência. São apenas três palavras, de tamanho médio, mas elas não combinam, o nome não é "fluido", as palavras não fáceis de falar rápido. Eu comecei a pensar nisso já durante o II EWCLiPo, onde convivi por 3 dias com autores dos mais variados blogs com nomes que acho sensacionais, como "rastro de carbono", "rainha vermelha", "RNAse free" e, claro, "Você que é biólogo" (este sim, um nome grande mas fluido, se vc falar rápido ele sai fácil: "vcêquiébiólogo"; ao contrário de "Lablogatório", junção de laboratório com blog, que é praticamente um trava-línguas). Acho estes nomes criativos, sugerindo (ou não) do que se trata o blog.
Em meio desta tempestade de ideias, decidi mudar o nome do blog para "laboratório 32" - que não por acaso é o endereço deste blog. Mas por que cargas d'água não pus este nome no início? Boa pergunta: eu não me lembro. :) Apesar de não ser lá muito criativo, atende meus outros requisitos, é curto e é fluido, tem sonoridade, fácil de falar. Numerais costumam também ser problemáticos, mas este se encaixou certinho.
Então estou feliz e satisfeita com o novo nome. E este texto é bem mais legal do simplesmente dizer "oi gente, mudei de nome. Agora sou Laboratório 32". O próximo passo vai ser mudar o visual, mas isso fica pra outro dia.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Em que ponto estamos?
Este post é para situar a que pernas andam meus experimentos no mestrado. Seguem:
1) Pgp: ainda preciso procurar e testar um protocolo que eu consiga des-aderir as células para passar pelo citômetro, mas sem usar EDTA (o EDTA previne a agregação das células, impedindo que elas se grudem como uma bola gigante). Além disso, eu poderia fazer um ensaio rápido para observar se tem (ou não) Pgp nos hemócitos, já que tenho tudo que preciso: já sei como encaixa as lentes do microscópio de fluorescência, e os reagentes - rodamina 123 e verapamil já chegaram (o modelo do experimento está neste post);
2) extração de metalotioneínas: já tenho 10 glândulas digestivas congeladas no freezer -80 graus (agora funcionando direitinho) para testar o protocolo. Os reagentes já chegaram e as soluções necessárias já estão prontas. Já peguei as pastilhas dos inibidores de proteases para testar também e ver se dá pra quelar os metais (ou seja, mantê-los indisponíveis para as proteínas que tem afinidade por metais) da glândula. A partir daí dá pra continuar o protocolo de purificação da metalotioneína para ir para o sequenciamento de proteínas;
3) Experimento da exposição das ostras à cádmio: ainda não comprei a peça que preciso para conectas as duas mangueiras de calibre diferentes. Preciso marcar pra ontem pra fazer este experimento razoavelmente grande, mas não consegui ainda encontrar um período "calmo" - sem disciplinas ou congressos.
4) Bradford: achei no site da sigma um texto explicando como fazer o ensaio, e com informações importantes. também achei no periódico "Current protocols in protein science" um artigo falando de vários métodos colorimétricos, inclusive o Bradford. Já li e estou relendo com mais calma. Também preciso checar os componentes do tampão em que vou manter a proteína, pois a curva padrão teria que ser feita neste mesmo tampão, e alguns componentes possuem limite máximo de concentração para que não ocorra interferências na dosagem.
Mas isso tudo não é prioridade, mas sim fazer o gradiente de percoll (um método para separar as células ) e repetir alguns experimentos de citoquímica, para assim ressubmetermos a short communication.
1) Pgp: ainda preciso procurar e testar um protocolo que eu consiga des-aderir as células para passar pelo citômetro, mas sem usar EDTA (o EDTA previne a agregação das células, impedindo que elas se grudem como uma bola gigante). Além disso, eu poderia fazer um ensaio rápido para observar se tem (ou não) Pgp nos hemócitos, já que tenho tudo que preciso: já sei como encaixa as lentes do microscópio de fluorescência, e os reagentes - rodamina 123 e verapamil já chegaram (o modelo do experimento está neste post);
2) extração de metalotioneínas: já tenho 10 glândulas digestivas congeladas no freezer -80 graus (agora funcionando direitinho) para testar o protocolo. Os reagentes já chegaram e as soluções necessárias já estão prontas. Já peguei as pastilhas dos inibidores de proteases para testar também e ver se dá pra quelar os metais (ou seja, mantê-los indisponíveis para as proteínas que tem afinidade por metais) da glândula. A partir daí dá pra continuar o protocolo de purificação da metalotioneína para ir para o sequenciamento de proteínas;
3) Experimento da exposição das ostras à cádmio: ainda não comprei a peça que preciso para conectas as duas mangueiras de calibre diferentes. Preciso marcar pra ontem pra fazer este experimento razoavelmente grande, mas não consegui ainda encontrar um período "calmo" - sem disciplinas ou congressos.
4) Bradford: achei no site da sigma um texto explicando como fazer o ensaio, e com informações importantes. também achei no periódico "Current protocols in protein science" um artigo falando de vários métodos colorimétricos, inclusive o Bradford. Já li e estou relendo com mais calma. Também preciso checar os componentes do tampão em que vou manter a proteína, pois a curva padrão teria que ser feita neste mesmo tampão, e alguns componentes possuem limite máximo de concentração para que não ocorra interferências na dosagem.
Mas isso tudo não é prioridade, mas sim fazer o gradiente de percoll (um método para separar as células ) e repetir alguns experimentos de citoquímica, para assim ressubmetermos a short communication.
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Sacode a poeira...
Após comer uma banana split com os amigos do curso de francês, finalmente criei coragem para sair da acomodação e retomar o blog. Depois do encontro de Weblogs (falarei dele com mais calma no próximo post) fiquei empolgadíssima em retomar e até reformular o blog, mas dei um tempo até para refletir em qual ou quais mudanças poderia fazer. a sacudidela da Ju em um comentário do post sobre Pgp também me fizeram acordar. Só que, além de todo o tipo de exercício e treinamento que escrever no blog pode me proporcionar, volto especialmente para dizer que FILOSOFIA É DEMAIS!!!!
Estou fazendo uma disciplina na pós-graduação chamada de 'filosofia da ciência'. Além de ser uma matéria fácil, com um bom número de horas, não ter lista de presença e a prova é escrever a sua opinião e sugestões para a disciplina (ou seja, tudo o que um aluno consideraria uma disciplina dos sonhos) as discussões estão sendo ótimas e superprodutivas. Já fiz disciplinas deste estilo, de discussão em todas as aulas, e se a turma não for boa, ou se o professor não souber conduzir os debates, chega num ponto que chamamos de looping: repetições e mais repetições das mesmas coisas antes já ditas anteriormente. Este é o exato momento em que o professor deve instigar novos questionamentos, mudar de assunto ou até mesmo encerrar a aula. Senão a aula fica chatérrima, com uns poucos alunos discutindo. E as aulas estão sendo conduzidas muito bem neste sentido: claro que vira e mexe alguém dá uma guinada de 360 graus para parar no mesmo lugar, mas nada muito traumático.
Filosofia da ciência. Ciência da filosofia. Estas duas áreas são muito distintas, diferentes? são iguais? São faces da mesma moeda? São irmãos gêmeos? Univitelinos ou bivitelinos? Quem são os cientistas e os filósofos de hoje? E os de 300 anos atrás? Eis perguntas e ideias levantadas e debatidas na primeira aula.
À primeira vista, creio que todo mundo deve responder que são coisas totalmente diferentes. Filósofo é o cara que fica sentado em algum lugar pensando sobre assuntos existenciais, como se há um Deus, de onde viemos, para onde vamos, o que são o amor, a bondade, a virtude etc etc. O cientista é o cara que trabalha no laboratório, que sempre procura respostas para tudo... epa! Resposta? Mas o filósofo também procura respostas... para perguntas diferentes, talvez. Mas o cientista também pensa (e como!). O que fazer, como fazer, se deu certo, se não deu, por que que isso ou aquilo aconteceu de tal maneira...
Lá pelos anos de ouro da Idade Média, que apesar de ser conhecida também como idade das trevas ela possuiu muitos acontecimentos intelectuais, quem tratava destas questões de ciência, filosofia, matemática, geometria, astronomia, astrologia, alquimia, política, etc. eram as mesmas pessoas! Nao havia SÓ o filósofo, ou SÓ o cientista, mas um cara genial que sacava praticamente de tudo! Esta separação em duas "disciplinas" distintas foi ocorrendo ao longo dos anos, tornando talvez estas irmãs praticamente sem conexão, mas há muita filosofia na ciência, e muita ciência na filosofia!
Estou fazendo uma disciplina na pós-graduação chamada de 'filosofia da ciência'. Além de ser uma matéria fácil, com um bom número de horas, não ter lista de presença e a prova é escrever a sua opinião e sugestões para a disciplina (ou seja, tudo o que um aluno consideraria uma disciplina dos sonhos) as discussões estão sendo ótimas e superprodutivas. Já fiz disciplinas deste estilo, de discussão em todas as aulas, e se a turma não for boa, ou se o professor não souber conduzir os debates, chega num ponto que chamamos de looping: repetições e mais repetições das mesmas coisas antes já ditas anteriormente. Este é o exato momento em que o professor deve instigar novos questionamentos, mudar de assunto ou até mesmo encerrar a aula. Senão a aula fica chatérrima, com uns poucos alunos discutindo. E as aulas estão sendo conduzidas muito bem neste sentido: claro que vira e mexe alguém dá uma guinada de 360 graus para parar no mesmo lugar, mas nada muito traumático.
Filosofia da ciência. Ciência da filosofia. Estas duas áreas são muito distintas, diferentes? são iguais? São faces da mesma moeda? São irmãos gêmeos? Univitelinos ou bivitelinos? Quem são os cientistas e os filósofos de hoje? E os de 300 anos atrás? Eis perguntas e ideias levantadas e debatidas na primeira aula.
À primeira vista, creio que todo mundo deve responder que são coisas totalmente diferentes. Filósofo é o cara que fica sentado em algum lugar pensando sobre assuntos existenciais, como se há um Deus, de onde viemos, para onde vamos, o que são o amor, a bondade, a virtude etc etc. O cientista é o cara que trabalha no laboratório, que sempre procura respostas para tudo... epa! Resposta? Mas o filósofo também procura respostas... para perguntas diferentes, talvez. Mas o cientista também pensa (e como!). O que fazer, como fazer, se deu certo, se não deu, por que que isso ou aquilo aconteceu de tal maneira...
Lá pelos anos de ouro da Idade Média, que apesar de ser conhecida também como idade das trevas ela possuiu muitos acontecimentos intelectuais, quem tratava destas questões de ciência, filosofia, matemática, geometria, astronomia, astrologia, alquimia, política, etc. eram as mesmas pessoas! Nao havia SÓ o filósofo, ou SÓ o cientista, mas um cara genial que sacava praticamente de tudo! Esta separação em duas "disciplinas" distintas foi ocorrendo ao longo dos anos, tornando talvez estas irmãs praticamente sem conexão, mas há muita filosofia na ciência, e muita ciência na filosofia!
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