Após comer uma banana split com os amigos do curso de francês, finalmente criei coragem para sair da acomodação e retomar o blog. Depois do encontro de Weblogs (falarei dele com mais calma no próximo post) fiquei empolgadíssima em retomar e até reformular o blog, mas dei um tempo até para refletir em qual ou quais mudanças poderia fazer. a sacudidela da Ju em um comentário do post sobre Pgp também me fizeram acordar. Só que, além de todo o tipo de exercício e treinamento que escrever no blog pode me proporcionar, volto especialmente para dizer que FILOSOFIA É DEMAIS!!!!
Estou fazendo uma disciplina na pós-graduação chamada de 'filosofia da ciência'. Além de ser uma matéria fácil, com um bom número de horas, não ter lista de presença e a prova é escrever a sua opinião e sugestões para a disciplina (ou seja, tudo o que um aluno consideraria uma disciplina dos sonhos) as discussões estão sendo ótimas e superprodutivas. Já fiz disciplinas deste estilo, de discussão em todas as aulas, e se a turma não for boa, ou se o professor não souber conduzir os debates, chega num ponto que chamamos de looping: repetições e mais repetições das mesmas coisas antes já ditas anteriormente. Este é o exato momento em que o professor deve instigar novos questionamentos, mudar de assunto ou até mesmo encerrar a aula. Senão a aula fica chatérrima, com uns poucos alunos discutindo. E as aulas estão sendo conduzidas muito bem neste sentido: claro que vira e mexe alguém dá uma guinada de 360 graus para parar no mesmo lugar, mas nada muito traumático.
Filosofia da ciência. Ciência da filosofia. Estas duas áreas são muito distintas, diferentes? são iguais? São faces da mesma moeda? São irmãos gêmeos? Univitelinos ou bivitelinos? Quem são os cientistas e os filósofos de hoje? E os de 300 anos atrás? Eis perguntas e ideias levantadas e debatidas na primeira aula.
À primeira vista, creio que todo mundo deve responder que são coisas totalmente diferentes. Filósofo é o cara que fica sentado em algum lugar pensando sobre assuntos existenciais, como se há um Deus, de onde viemos, para onde vamos, o que são o amor, a bondade, a virtude etc etc. O cientista é o cara que trabalha no laboratório, que sempre procura respostas para tudo... epa! Resposta? Mas o filósofo também procura respostas... para perguntas diferentes, talvez. Mas o cientista também pensa (e como!). O que fazer, como fazer, se deu certo, se não deu, por que que isso ou aquilo aconteceu de tal maneira...
Lá pelos anos de ouro da Idade Média, que apesar de ser conhecida também como idade das trevas ela possuiu muitos acontecimentos intelectuais, quem tratava destas questões de ciência, filosofia, matemática, geometria, astronomia, astrologia, alquimia, política, etc. eram as mesmas pessoas! Nao havia SÓ o filósofo, ou SÓ o cientista, mas um cara genial que sacava praticamente de tudo! Esta separação em duas "disciplinas" distintas foi ocorrendo ao longo dos anos, tornando talvez estas irmãs praticamente sem conexão, mas há muita filosofia na ciência, e muita ciência na filosofia!
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Um comentário:
Muito legal. Eu gosto muito do assunto. Estou lendo um bom livro, para começar, de filosofia da ciência,mas estou lendo a passos de tartaruga, por motivos óbvios...mas se quiser, depois te empresto.
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