O segundo dia do simpósio foi menos empolgante para mim, talvez por "boiar" em muitos dos assuntos tratados neste dia. Os temas centrais foram patentes (não consegui chegar a tempo para esta palestra), possíveis conflitos entre universidade-empresa e Leis do bem e de inovação tecnológica.
A messa redonda sobre os conflitos entre empresa e universidade esperava mais, no sentido de ver exposto os atritos - se é que existem - entre estas duas instituições. O que mais me marcou foi a divisão que o Franklin Rumjanek fez entre pesquisa básica e aplicada, e que esta última que seria o laço entre empresa e universidade.
Mas o que mais me chamou a atenção foi a palestra do Ricardo Pereira, da agência UFRJ de Inovação - primeiramente por saber que existe um órgão como este dentro da UFRJ! Um dos principais objetivos é, segundo o folder que ganhei "estimular a cultura de proteção de novas tecnologias, visando à transferência tenológica em benefício da sociedade" Trocando em miúdos, pode ajudar artistas, inventores e CIENTISTAS a proteger suas obras através da propriedade intelectual, garantindo o retorno dos recursos investidos.
E para completar o time dos graúdos das agências financiadoras, também foi Luciano de Azevedo Soares, coordenador geral da CAPES, que trouxe a estrutura da CAPES, que os EUA possuem 1/3 da produção mundial de artigos, que a UNICAMP detém o maior número de patentes registradas no portal CAPES.
Tenho que admitir que achei este segundo dia maçante, aliado a um forte sol e sala nada fresca. Mas no geral, como primeiro simpósio que assisti, aproveitei bem aquilo que consegui absorver e que fizeram sentido para mim, abrindo alguns horizontes que não imaginava poder (ou como) seguir.
domingo, 29 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Aprendendo estatística
No ônibus a caminho da praia vermelha, sentada no degrau do ônibus, fui selecionando os capítulos mais relevantes da minha mais nova aquisição, "Introdução à estatística", do Mario Triola. Eu recomendo este livro para quem está estudando estatística na faculdade (ou se descabelando antes de alguma prova, ou diante de seus dados de pesquisa). Ele tem uma linguagem simples, às vezes até "engraçadinha", com umas piadinhas aqui e ali, bastante, mas muitos mesmo, exemplos reais da aplicabilidade das estatísticas e muito exercício (mas somente as questões ímpares tem resposta - até compreendo, se todas tivessem o livro umas 800 páginas, em vez de 600 e pouquinho).
Eu ambém tenho outro livro de estatística, o "estatística sem matemática", de William Magnusson e Guilherme mourão. Apesar de o título ser atraente e finura tentadora (apenas 133 páginas) ele é um livro mais complexo, em que seus conceitos básicos em estatística devem estar bem consolidados para que você acompanhe e tire proveito do livro. Ele é mais voltado para planejamento amostral, planos de trabalho, ou seja, aplicabilidade para o mundo científico. É um excelente complementos para o livro do Triola, para os pesquisadores.
Bom, resolvi encarar de frente a estatística porque sou uma criminosa confessa: eu não sabia o que fazer com os números das minhas curvas padrões do Bradford! Meu único parâmetro era conferir se o valor de R quadrado da regressão linear (sem pânico que explicarei em posts futuros) estava em torno de 95%. Porém há outras estatísticas que servem para julgar se a curva está boa ou não (mas antes de tudo, definir o QUE É uma curva boa - e Mauro, muito obrigada pela força!)
Além disso, o Triola vem com um CDROM com dois programas estatísticos e diversos conjuntos de dados que vão sendo explorados a cada capítulo. Também há no livro os chamados "projetos de internet", onde o autor propõe alguns "trabalhos" a serem feitos a partir da coleta de dados em sites indicados (como site de previsã do tempo ou esportes) e assim trabalhar a estatística utilizando dados reais.
Como eu quero aproveitar todos os recursos oferecidos - especialmente estes do CDROM, proponho a me dedicar no mínimo um capítulo por semana (claro que tudo vai depender da minha dedicação, mas sempre há passagens que não me são interessantes; além do mais, o livro possui 15 capítulos, mas marquei 7 capítulos como sendo importantes para mim). Com sete capítulos "concluiria" o "curso" em quase 2 meses. Nada mau hein? Mas é até possível que eu avance mais de um capítulo por semana, já que não pretendo ficar fazendo exercício de conta em calculadora, além de ter estudado com este livro na graduação.
Para quem se interessar, aqui está o link do livro no submarino. E aproveitem, ainda está em promoção, parcela em 3x e o frete grátis :D
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I Simpósio de empreendedorismo em biotecnologia - 1o dia
"Boa tarde, meu nome é Eliane de Souza Figueiredo e sou empresária. A minha empresa possui cinco anos de vida e trabalha com o desenvolvimento e a fabricação de novos anticorpos monoclonais, com ênfase em animais não-tradicionais, como bivalves, peixes e ascídias para utilização em estudos de áreas ambientais degradadas". Loucura, não é mesmo? Mas foi um pouco assim que me senti no final do primeiro dia de palestras do I Simpósio de empreendedorismo em biotecnologia, uma "quase" aspirante a empresária empreendedora. Foram falar alguns pesquisadores do CCS (Centro de Ciências da Saúde, um setor da UFRJ), pesquisadores do Instituto de Economia da UFRJ, empresários (cuja formação variava de biólogo a engenheiro químico) e, o que me deixou bastante admirada, os "graúdos" das agências financiadoras (BNDES, FINEP, Faperj), para as quais dedicamos exaustivas horas em frente ao computador para escrever projetos para conseguir verba e financiar pesquisas.
Em linhas gerais, o dia de hoje se concentrou na história da biotecnologia e formação de recursos humanos capacitados e exemplos de empreendedores de sucesso. Apesar de um pequeno atraso de mais de uma hora (alguns palestrantes se equivocaram e foram para o Fundão em vez de ir para a Praia Vermelha, onde houve o evento), as palestras foram muito boas e esclarecedoras, daquelas que, mesmo sem saber nada (ou quase nada) do assunto, você aprende bastante.
Dois momentos me chamaram mais a atenção. O primeiro, sobre a formação de pessoal capacitado em biotecnologia. O IFRJ (sim, está escrito certo, é o Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia do Rio de janeiro) possui um curso de nível médio/técnico em biotecnologia (que na verdade é o antigo curso do cefet química, ou seja, o téc. em biotecnologia continua veinculado aos Conselhos de Química), formando técnicos capacitados para trabalhar em diferentes áreas, desde laboratórios de pesquisa, de análises clínicas até em escritórios de advocacia envolvidos com patentes. Surgiu uma pergunta: e o mercado, consegue absorver estes profissionais? Será que os alunos formados continuam trabalhando nesta área? Bom, pergunta difícil de se responder, já que não há nenhum contato entre aluno e escola após o aluno término do curso. Outras questões, como a submissão em conselhos, mercado de trabalho, etc. também foram levantadas.
Outro ponto foi sobre empreendedorismo e como as agências financiadoras apoiam as microempresas. É um consenso que a maioria destas agências continuam a emprestar din din para os "grandes", pois eles possuem meios de propor garantias ao empréstimos; porém também há investimentos (muito tímidos, por sinal) naqueles que começaram do zero e tem nada ou muito pouco para oferecer de garantia. Afinal, você emprestaria dinheiro para uma pessoa que você não conhece, sem que ela no mínimo não lhe forneça alguma garantia de retorno? Como exemplos, temos alguns programas do BNDES, como o Criatec (destinado para empresas chamadas de "sementes", o início do estágio de desenvolvimento de uma empresa) e Funtec (são fundos não reembolsáveis, investem principalmente em fundos de inovação - dar dinheiro sem precisar devolver, digamos assim) e programas da FINEP, como o "juro zero" e Prime, ambas também para empresas em estágio inicial.
Bom, tudo isto e mais um pouco me fizeram enxergar o quanto a áera de biotecnologia está em expansão, especialmente para a criação de empresas inovadoras. O que quero dizer, é que empresa vai muito além do Sebrae, que é o que vemos com certa frequência na TV. Estas agências estão aí, muitas delas com recursos financeiros muito bons... e que podemos ser empreendedores não por necessidade (como ocorre na maioria dos casos, o seu José quer abrir uma empresa para expandir a padaria da família), mas por opção, fazendo pesquisa de ponta, transformando esta pesquisa em produto ou serviço; e assim podemos, satisfeitos, retornar à sociedade o investimento econômico que nos foi feito.
Em linhas gerais, o dia de hoje se concentrou na história da biotecnologia e formação de recursos humanos capacitados e exemplos de empreendedores de sucesso. Apesar de um pequeno atraso de mais de uma hora (alguns palestrantes se equivocaram e foram para o Fundão em vez de ir para a Praia Vermelha, onde houve o evento), as palestras foram muito boas e esclarecedoras, daquelas que, mesmo sem saber nada (ou quase nada) do assunto, você aprende bastante.
Dois momentos me chamaram mais a atenção. O primeiro, sobre a formação de pessoal capacitado em biotecnologia. O IFRJ (sim, está escrito certo, é o Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia do Rio de janeiro) possui um curso de nível médio/técnico em biotecnologia (que na verdade é o antigo curso do cefet química, ou seja, o téc. em biotecnologia continua veinculado aos Conselhos de Química), formando técnicos capacitados para trabalhar em diferentes áreas, desde laboratórios de pesquisa, de análises clínicas até em escritórios de advocacia envolvidos com patentes. Surgiu uma pergunta: e o mercado, consegue absorver estes profissionais? Será que os alunos formados continuam trabalhando nesta área? Bom, pergunta difícil de se responder, já que não há nenhum contato entre aluno e escola após o aluno término do curso. Outras questões, como a submissão em conselhos, mercado de trabalho, etc. também foram levantadas.
Outro ponto foi sobre empreendedorismo e como as agências financiadoras apoiam as microempresas. É um consenso que a maioria destas agências continuam a emprestar din din para os "grandes", pois eles possuem meios de propor garantias ao empréstimos; porém também há investimentos (muito tímidos, por sinal) naqueles que começaram do zero e tem nada ou muito pouco para oferecer de garantia. Afinal, você emprestaria dinheiro para uma pessoa que você não conhece, sem que ela no mínimo não lhe forneça alguma garantia de retorno? Como exemplos, temos alguns programas do BNDES, como o Criatec (destinado para empresas chamadas de "sementes", o início do estágio de desenvolvimento de uma empresa) e Funtec (são fundos não reembolsáveis, investem principalmente em fundos de inovação - dar dinheiro sem precisar devolver, digamos assim) e programas da FINEP, como o "juro zero" e Prime, ambas também para empresas em estágio inicial.
Bom, tudo isto e mais um pouco me fizeram enxergar o quanto a áera de biotecnologia está em expansão, especialmente para a criação de empresas inovadoras. O que quero dizer, é que empresa vai muito além do Sebrae, que é o que vemos com certa frequência na TV. Estas agências estão aí, muitas delas com recursos financeiros muito bons... e que podemos ser empreendedores não por necessidade (como ocorre na maioria dos casos, o seu José quer abrir uma empresa para expandir a padaria da família), mas por opção, fazendo pesquisa de ponta, transformando esta pesquisa em produto ou serviço; e assim podemos, satisfeitos, retornar à sociedade o investimento econômico que nos foi feito.
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