terça-feira, 22 de abril de 2008

até pra isso o google serve...



Tenho que expressar o meu estarrecimento - pra não dizer boquiaberta - sobre como eu achei o artigo que venho buscando há meses (com alguns longos intervalos entre as buscas, claro).

Admito que sou péssima em procurar coisas, e isto inclui artigos. mesmo com a referência completinha, tirada dos dados bibliográficos, abro sciencedirect, periodicos capes, web of science, agora tb monte sinai e nem tchum.

Um exemplo: a silvana me mandou umas referências legais que um pesquisador alemão mandou. revista: aquatic biology, e eu procurando por aquatic toxicology. e ainda mandei email pra sil dizendo q não tinha online ainda rs. Bom, fui procurar pela aquatic biology, e não achei nos sites de busca citados anteriormente. Perguntei a ela como tinha conseguido, esperando como resposta um site de busca que eu desconhecia, e como resposta: "google".

Juro que duvidei. não da sil, mas duvidei que o google poderia me fornecer um artigo que não achei (incompetência?) no sciencedirect & cia. e hoje tirei a prova. procurei no google o tal artigo que eu queria. e eis que ele me aparece. duvidei mesmo, até porque a revista, "zoological studies" é específica do japão e adjacências, pensei "ah, por isso que não tem nos portais de pesquisa". mas nada, nada está além do google. e novamente, para até eu mesma crer, o artigo estava ali, no meu monitor. salvei rápido, do jeito que tá chovendo aqui, é capaz de faltar luz...
E Mauro, vou postar já já o artigo que vc me mandou. ele não é fácil, tô tentando extrair o máximo.

sábado, 12 de abril de 2008

Vídeo de apoptose

Mais un vídeo legal que a Ju me deu, e tava perdido lá no meu email. Para quem fala que no youtube só tem coisa que não presta... estã enganado...
Eu vejo isso acontecer muuuito com as minhas céls, quando já não aconteceu praticamente com todas... é incrível como essa coisinha tão pequenininha não é estática! Sempre vi a cél, desde o E. Médio, que ela estática. Até mesmo depois de ver alguns vídeos tirados do The Cell na aula de bio geral, continuava achando que era "mentira" (mentira, muuuito entre aspas, viu?) rs Até eu ver cara a cara, tête-a-tête, no estágio...
não é um máximo?!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O plástico

Para exemplificar bem o post abaixo.

No livro Eureka!, q eu já comentei aqui, fala sobre a descoberta (e não invenção) do plástico. A princípio, o polietileno (vulgo plástico) só era obtido a temperaturas muito altas, o que encarecia sua produção em larga escala, além de ser pouco resistente. Até que uns químicos doidos - um pós-graduando, claro, estava tentando sintetizar hidrocarbonetos c/ átomos de alumínio, e utilizava o gás etileno. Como sempre acontece, nada disso deu certo: ele via que as moléculas de etileno se formavam aos pares. Eles investigaram e viram que isto estava sendo causado por resquícios de níquel de outros experimentos, onde eles estavam trabalhando. Eles mudaram o rumo (ou acrescentou uma linha nova de pesquisa no lab) e tentaram verificar se era possível produzir longas cadeias de etileno (polietileno). Não só era, como o processo era bem mais simples que o anterior, e não só isso, o produto era bem mais resistente que o primeiro. Mas como cientista é uma alma inquieta, os caras lá foram testando outros metais atuando como catalisadores. Essas misturas (orgânico + metais) ficaram conhecidas como "catalisadores Ziegler-Natta".

Agora a parte mais interessante, na íntegra:

"Ironicamente, mais tarde soube-se que os químicos da equipe de Ziegler não foram os primeiros a obter polietileno por este processeo. Em 1943, Max Fisher, nos laboratórios BASF, usou uma reação semelhante para produzir óleos lubrificantes sintéticos a partir do etileno. Ele percebeu que, além do óleo, a reação sempre formava uma grande quantidade de um pó branco. Ignorando do que se tratava, apenas jogava fora o resíduo como um produto indesejável, desse modo deixando de ganhar um Prêmio Nobel e um lugar na história da química."



Não sei se o Rupert Lee, autor do livro, foi, digamos, dramático demais, mas quando li o texto (após fazer o post abaixo) me deu uma vontade louca de postar aqui. Quando li, até eu fiquei com raiva do Fisher. Mas fazer o quê, ele ia advinhar? Imagina cada um de nós perdendo tempo em analisar cada resíduo produzido em nossos experimentos? rs E também fiquei imaginando, "será que ele soube? Como deve ter se sentido?"
...e espero que eu não seja acusada de cópia ilegal. Esse trecho é menos que 10% da obra!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Uma sugestão do Francesco

Francesco é um fofo. :D Pena que ele não sabe português para ler estas palavras. rs
O Mauro contou a ele sobre nossos problemas com o VN. Voltando do almoço (ele indo), ele me falou a opinião do Francesco, que talvez o motivo seja que a membrana do lisossomo esteja tão, mas tão danificada, que não consegue reter o corante. Tá, mas então a cél (seu citoplasma)deveria estar corada, certo? Segundo o Fran, o corante não ficaria no citoplasma porque seu conteúdo não é ácido, e o corante tem afinidade por meio ácidos, logo ele sai da cél. Então, aquilo que eu via no ctrl, as céls com "bolotinhas" vermelhas (os lisossomos com VN), significa justamente o contrário do que achava, ou seja, aquilo sim que é a cél boa, pois ela consegue reter o corante... tadinha, e eu colocava ela no grupo das coradas...tanto que, com o passar do tempo, esses lisossomos crescem (veja o filmezinho que fiz, como os lisossomos tão grandes!), e vai aumentando a chance de se romperem. Agora sim, tudo faz sentido. Eu lia nos artigos dizendo q o tempo de retenção pra céls saudáveis é de 180 min em média. (Tempo de retenção é o tempo que leva para que 50% das céls estejam coradas. Por ex, no tempo 1, do total de céls contadas apenas 10% estavam coradas; em t2, 15%; t3, 25%...t qualquer, 50%. Pronto, aí pára de contar e esse tempo, 30min, 1h,2h...etc, será o tempo de retenção. Claro, tem vezes que cél é tão boa, mas tão boa, que fica lá, mais de 2h, 2h e meia retendo...como também há vida out do lab, estabelece-se um tempo máximo, que mesmo não tenha chegado a 50%, a contagem é finalizada. Simples? Levei bastante tempo pra entender, o Mauro tentou me explicar diversas vezes, e eu com aquela cara de "hein?!"). E minhas céls, do ctrl tinha os tais 50% logo nos primeiros 5min!!!
Então, a estratégia agora é observar mais cuidadosamente os lisossomos, e contar como céls corada somente as com o citoplasma corado. Mas... e o que fazer com aquelas que tem uma leeeve coloração, como se um, unzinho lisossomozinho tivesse rompido?
Outra coisa, isso resolve o ctrl, mas ainda ficamos pendurados com os tratados. O Mauro falou para colocar HEPES (um tampão), que fique a 20 mM no L15. Vamos testar, então.

Dúvidas...

Bom, não publiquei antes porque a seqüência “seminário-prova + estudo dirigido de evolução-relatório do estágio” me deixou sem tempo. Mas aqui estou.
Na segunda fiz uns pocinhos para corar com o Tripan. Na terça, após o seminário, fui contar. Perdi os dois primeiros pocinhos do ctrl pq a burra aqui esqueceu de filtrar o Tripan, então mal dava pra achar cel no meio de tanta sujeira, de tanto particulado. Ao dotal fiz 8 poços ctrl e 8 poços tratado com Cd a 1 uM. E o resultado de ambos foi parecido (preciso aprender de vez a fazer gráfico no Statistic!). Uns poços coravam mais (ao em torno de 89 coradas p/ 200 e poucos ñ coradas), outros menos (20 coradas para os mesmos 200 e tanto). Ou seja, o Cd de fato não está matando as céls. E as que coravam eram muuuito pequenininhas. E cada vez mais me convenço que certas céls lá não são hemócitos, mas sim algum tipo de contaminante. Preciso ligar aquela câmera já!!!

Outra coisa interessante que “descobri” enquanto esperava corar o poço: pequei no L-15, com as cels soltas que eu imaginava ter, claro, e pus em um poço limpo. De fato, tinha várias céls, mas o interessante é que elas me pareceram aderir, e algumas até a dar uma leve espraiada. (Para saber se a cel tá solta ou não, dou uma sacudida de leve na mesa; se ela se mexe, é porque está em solução, ou seja, solta). Isso é bom pra mim, pois quando precisar tirar fotos boas, seja da própria cél, ou ela corada com o VN, o Tripan, etc, basta colocar em uma lâmina e fotografar no maravilhoso mic da Sil.
Mas o que me intriga é: a cél tava solta; então pus em outro poço, limpo, e logo ela aderiu...ou seja, ela pode até ta baleada com Cd (este testezinho fiz com as céls tratadas), mas ela ainda tem essa capacidade de aderir...

Às vezes fico divagando com essas coisas. Você estudar um determinado objeto, e mesmo que já tenha todo o planejamento do que estudar, do que focar, sempre vai aparecer algo inesperado, como uma pequena tentativa dessa que fiz – eu achava que cél solta era cél f**, morta, etc – ou algum erro que gerou um resultado intrigante (quem não lembra da penicilina? O Eureka! Que o Mauro me emprestou mostra que tantas descobertas foram feitas por acaso!) – E o que fazer quando isso acontece? Desvia dos teus objetivos, parcial ou totalmente, ou ignora, e continua no previamente caminho traçado? Temos que ter foco, claro, mas até quando ele deve ser respeitado?



" O acaso só favorece aos espíritos preparados e não prescinde da observação".

segunda-feira, 7 de abril de 2008

... Ficou rosa!!!


Nem ia escrever hj, mas depois do cochilo maravilhoso que tirei no ônibus (o piloto apagou todas as luzes! aquele buzu maravilhoso, poltrona acolchoada...) me animei.


Hoje fiz uma placa (16 poços, somente) só para ver tripan. A concentração de Cd que usei foi a mesma, de 1 uM. Sobrou um restinho de L15, então resolvi pôr em prática uma idéiazinha hehehe (Mauro, não briga rs)
Já que o L-15 tem phenol red, que é um indicador d pH, e a coloração fica amarela em pH ácido (por volta de 6), será que seu adicionar NaOH vai voltar a ficar vermelho?

Então, pequei o restinho de meio que sobrou, adicionei o cloreto de cádmio para que ficasse a
1 uM (como sempre faço). Cor: amarelo. Peguei a solução de NaOH a 1 M e adicionei 20 uL. INSTANTANEAMENTE ficou.... da cor da flor aí do lado. Claro que não era a cor que eu queria, mas mostra que se o pH mudar de novo, o indicador também muda. O que siginifica que posso usar para ajustar o pH com o NaOH, sem necessitar de fitinha ou ter que mergulhar o eletrodo do pHmetro no meio com Cd. Só diluir um pouco o NaOH (1 M é muito contrado) e ver o menor volume possível para adicionar ao meio, sem alterar muito o volume inicial.

domingo, 6 de abril de 2008

O mistério perto do fim...

Quem disse que papear no msn é perda de tempo?!?!?!
Ontem eu e Ju, nos gostamos tanto, mas tanto, que além de convivermos praticamente todo dia no cafofo, ainda temos papo pra ficar no msn. Os assuntos podem ser vários, mas ontem foi principalmente sobre o meu exp d sexta, do azul de tripan.
Ah, antes de tudo, ela me passou por email um artigo bombástico: “Crystallization of neutral red vital stain from minimum essential medium due to pH instability”. Mas claro, todo artigo bombástico nunca está disponível na web. Se eu tiver sorte, encontro na biblioteca do CCS (tem o periódico, mas o artigo...sorte!!!) De fato, logo quando começamos os experimentos com Cd, percebia-se nitidamente que o L-15 mudava de cor, de rosa/vermelho para amarelo ao add o Cd. Medi o pH, mas tava entre 6 e 7 (usando a fitinha de cores). Td bem. Agora nos ocorreu de comparar o pH do meio sem e com Cd. Diferença de 1 ponto, para baixo, ou seja, o Cd acidificava o meio.

Meio de cultura Leibovitz L-15

E papeando pelo msn com a Ju, ela continuou investindo q o problema era o pH, e realmente é o que parece ser. Até q ela perguntou se o L15 tinha alguma substância indicadora de pH. Lembrei de um nome, e fui no site da invitrogen para lembrar: phenol red. Bastou uma procurada no Oráculo para descobrirmos que essa substância é... um indicador de pH!!! E advinha que cor fica quando o pH se torna ácido???
Juntando essa informação com a do artigo... (me senti agora um Watson&Crick juntando os dados da Rosalind Franklin e fazendo a descoberta do século!). Uma boa justificativa que responde às indagações do post anterior, de porque que as céls (vivas, como assegurou o tripan) com ñ coram com VN, mas o ctrl, sim. Porém, outra pergunta: então por que quando eu colocava a placa na geladeira (mais ou menos 6ºC) as céls com Cd coravam (exceto 2uM)? Segundo a Ju, devido à diminuição da fluidez da membrana. Mas isso pra mim ainda não está claro.
Outro questionamento: o L-15 não deveria ter um tampão?! Ó o que ta escrito no site da invitrogen, sobre o L-15: “L15 formulations were developed without a sodium bicarbonate buffer system. L15 medium is buffered by phosphates and free-base amino acids (L-arginine primarily, but also L-histidine and L-cysteine)”. Será que o Cd acaba ultrapassando a “faixa de tamponamento”?
Enfim, agora é arrumar um jeito de corrigir o pH do L15 com Cd (será que de amarelo vai ficar vermelho/rosa novamente)?.
E Ju, só pra deixar público, muitíiiiiiiiiiiiiiiiissimo obrigada pela força. Toda semana essa menina me dá um artigo novo, e artigo dos bons! Fico até com vergonha de não procurar direito hehehhe

O azul de Tripan... They´re not dead!

Sexta fiz o ensaio do azul de tripan. Apesar de eu ter errado num pequeno detalhe – por causa do sono, cansaço e pressa, falei pra ingrid pôr uma ostra para controle 1, uma ostra para tratado 1, 1 ostra pra ctrl 2 e 1 para tratado 2... porém idéia era justamente o contrário, que cada poço de cada trat e ctrl fosse uma ostra diferente, assim teríamos uma variabilidade biológica (certo Mauro?) O experimento foram oito poços ctrl e oito poços tratado com Cd a 1 uM, sendo que 4 ctrl e 4 tratado seriam só para azul de tripan e os outros 4 ctrl e 4 tratado, para Vermelho neutro e depois, o azul d tripan.

De início comecei pelo VN, mas lá pelo terceiro poço, decidi fazer as linhas só do tripan. Afinal, a nossa hipótese era que o Cd estava matando as céls, e por isso q o VN ñ saía do lisossomo para o citosol, ou pior, talvez sequer estivesse entrando na célula. O resultado é que as céls NÃO coraram com o tripan, ou seja, estavam vivas. E o tratado continuou a não corar também. Levei quase três horas pra contar os poços, e quando voltei aos primeiros poços, o VN estava bem mais forte, claro, com vários lisossomos grandes, quase ocupando todo o espaço do citoplasma. Mas tripan, nada. Somente pouquíssimas céls (4 dentre 250, por exemplo) é que coravam com o Tripan, e mesmo assim não eram as céls q estavam aderidas – havia muitas – mas céls muito pequenas, e só tenho certeza de ser céls pq já li vários artigos falando sobre, e na objetiva de 40x dá pra ver.
Bom, sobre o controle do “somente” tripan, tive outro problema: como esse controle foi feito com uma ostra somente, havia céls estranhas, grandes, com grânulos muito também grandes e amarelados, e que estavam espraiadas antes de adicionar o corante. O curioso é que após adicionar o corante, elas adquiriam a forma arredondada. E tive a impressão que elas espraiaram de novo após retirada do corante. Interessante, mas me serviu de nada pois não corou com tripan, e esqueci de pôr o VN só de curiosidade (a fome tava dilacerante e queria pegar o finzinho do coffee-break do ministro; tadinha, quando cheguei só sobrou um mísero copo de refri). Esse tipo celular me aparecia bastante quando eu tava iniciando as culturas, até já comentei com a Barracco, e provavelmente deve ser algum parasita. Ia tirar foto, mas ALGUÉM desconectou a plaquinha da câmera do laptop, ou pior, tirou o pininho amarelo (que conecta a câmera na placa) da placa. Tentei encaixar mas não ficava, parecia que faltava uma pecinha, que estava quebrada.
Enfim, gostaria de fazer mais uma placa pra ratificar que esse Cd não está atingindo as céls, pelo que parece, já que o ctrl tava bichado. Mas assumindo que isso seja ratificado, agora a questão é? Por quê? O mauro falou que possivelmente as substâncias contidas no meio de cultura estariam quelando o Cd, deixando-o indisponível ao contato com a cél, logo não estaria fazendo “efeito”. Tudo bem, mas isso não justifica que o tratado esteja totalmente livre do corante. Se o Cd está indisponível, ao menos as cels deveriam se parecer com o ctrl, o que não ocorre tanto na coloração do VN quanto na morfologia. (Aliás, a coloração do ctrl é discutível em outro tópico). Eu poderia fazer uns testes aumentando a concentração do Cd, e fazer em paralelo (não por cima) o VN e o tripan.
Outra coisa que me ocorreu é de aquela solução de Cd já estar com “o prazo de validade vencido”; por exemplo, a tampinha do vidro de H2O2 a 10mM já briu sozinha tantas vezes que ali deve ter só água rsrsrs. Lembro de uma conversa com o Rodrigo no avião, voltando de Floripa, ele me dizendo para trocar os reagentes, soluções, etc, fazer tudo novo.
E por falar em soluções, tenho que verificar a salinidade do tripan. Eu fiz a 0,4% em PBS, como tá na literatura, mas salinidade é 1 problema sério para nossas céls, apesar de na sexta não ter visto nada de anormal (a não ser as céls estranhas encolhendo). Talvez eu tenha que fazer um tripan novo, com o PBS ajustado à salinidade.
Outra coisa que me preocupa também é as ostras lá no aquário. Ando muito relapsa, sem verificar a salinidade e pH (apesar de não ver a importância desse parâmetro muito discutido) e TEMPERATURA. Muitas vezes ia pegar umas ostras e a água tava bem quente, principalmente na segunda, após fim de semana. A Ju sugeriu de ela trazer um aquariozinho para colocar umas ostras e deixar na 32, com o ar ligado, pra ver se há alguma diferença, ou fazer isso também quando chegar ostras novas. That´s all, folks!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Agradeço a Hitler...

Calma gente. Antes de saírem detonando meu blog, leiam este post até o fim (pelo amor de Deus, não é nada sobre as atrocidades que ele cometeu!!!).
Terça teve uma palestra do Dr. Miquel Lurling da Wageningen University- Holanda, falando sobre o controle de cianobactérias no país dele. Palestra em inglês, óbvio. Assisti mais por esse fato doque pelo tema em si. Foi legal, mas se ele tivesse falado um pouquinho mais devagar, teria entendido um pouco mais.
Precisa-de de inglês. Hoje em dia, praticamente para tudo: qualquer profissão pede inglês como requisito obrigatório, e já estamos partindo para a aquisição de uma segunda língua estrangeira ser necessária. Na área de pesquisa, então, não saber inglês é como se não soubesse nem português, como se fosse um bebê que balbucia apenas sons e NÃO CONSEGUE SE COMUNICAR. Meu inglês é parco (mesmo minha teacher do curso, nativa dos EUA, dizer que tenho boa pronúncia e me expresso direitinho), principalmente porque não ouço direito. Não que tenha problema auditivo: mas meu vocabulário escrito é muito maior que o vocabulário "ouvido". Sempre tive muito contato com inglês escrito, portanto ouvir e entender um nativo falando pra mim é uma dificuldade imensa. Tenho melhorado, mas meu inglês está em no estágio de "mente lerda": eu entendo uma palavra que seja pouco usual e fico nela para achar o correspondente em português - enquanto isso a pessoa já falou mais umas cem palavras. rs Quanto mais palavras conhecidas em um texto, melhor flui... Achava eu, até descobrir que nativos não falam TO-DAS -AS-PA-LA-VRAS, pronunciando mais fortemente os substantivos, verbos, pronomes pessoais. O resto, é ´só um sopro, um balbucio, uma ligação com a palvra seguinte. Por isso que quase não entendo o que os nativos de língua inglesa - exceto os britânicos - falam, pela velocidade da fala e pelo famoso "ovo na boca".
Uma vez tentei ter aulas particulares com um professor de inglês nativo, dos EUA, que achei nos classificados do Globo. Nos encontramos eu, ele e a outra menina que dá aulas particulares junto com ele na Cândido Mendes, no Centro. O rapaz teve que repetir umas 5 vezes até eu entender "Stop to speak portugese!" E depois ele disse que nós, brasileiros falamos com a boca aberta. "Close your mouth" - disse. Até hoje não esqueço... Não resisti e retruquei: "Mas parecem que vocês falam com ovo na boca!" Acho que ele não gostou muito. rs
Bom, como disse, tenho progredido. Em aprender os sons das palavras que já conheço, aprender a ouvir os links das palavras (ou você acha que eles falam Do-you? naaaão, é algo como "dul", Will-you é "williu" e assim vai) e principalmente, palavras novas não deixo de treinar a escuta. Ou no mínimo olho no dicionário para ver a pronúncia - depois que aprendi o básico do alfabeto fonético, minha vida melhorou muuuito - agora sei que instead se fala "instéd" [inst'ed] e não "instíd" [inst'i:d] , head é [hed] "r" como em rato mas red [red] "r" é como...imita um gringo falando "retângulo" dobrando a língua. É isso aí. Poderia ficar falando horas sobre fonética [ADORO, PENA QUE NÃO TIVE NA FACULDADE...]. Mas chega.




Tô reclamando, como sempre, de aprender inglês, mas poderia ser pior. Muito pior. Se não fosse por Hitler, nós do ramo científico teríamos que aprender...Deutsche! Isso mesmo, alemão! Isso porque no até meados de 1930 o celeiro da ciência estava concentrada na Alemanha, Áustria e Suíça. Entre 1900 e 1932, dos 100 prêmios Nobels concedidos em ciências, 33 foram para alemães e suíços: oito deles. Judeus. Então Hitler entrou em ação...e "expulsou" os judeus da Europa oriental, e eles se refugiaram onde? Acertou quem disse Inglaterra e EUA. Portanto, eles começaram a publicar em períodicos desses países, de e em língua inglesa.

E fico imaginando como a Gi e a Dani tão se virando lá em Munique...
PS.: Essa informação tirei do livro "Eureka! - 100 grandes descobertas científicas do século XX" do Rupert Lee, que o meu querido orientador me emprestou. Muito Muito Muito bom, tanto pelas histórias que ele conta, com uma simplicidade incrível, quanto pelo poder de síntese do cara, q conta cada descoberta em somente duas páginas. E tudo faz sentido. Acho que vou comprar esse livro pra mim! E acredite: ele salvou uma questão na prova da preifeitura q fiz hoje, sobre bactéria e sulfonamida!!!